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segunda-feira, 24 de março de 2014

MATHEUS CHEGOU

Minha sogra me disse que estou me tornando um pai coruja. Imagina...
Rejeito com veemência esse rótulo.

Afirmei para mim mesmo que não vou cair na onda da “corujice”. Isso é coisa de avós e tios com câmeras na mão. Não quero que pensem que sou um pai babão, desses que não falam outra coisa a não ser do filho. E para isso já tomei todos os cuidados.

Por exemplo, sobre as fotos.

Tirei apenas algumas fotos do Matheus com meu smartphone. Somente umas 500 fotos, sei lá... talvez 800. Poderia ter tirado mais mas meu aparelho mostra insistentemente a seguinte mensagem: “memória cheia”.
Não faço ideia do que aconteceu pois não fico baixando aplicativos, na maioria inúteis, para encher o dispositivo. Aliás, deletei alguns para liberar mais espaço.

Mas isso não é problema porque ainda posso usar o celular da minha esposa e também tem o Tablet, além de duas câmeras digitais. Mas só quero com isso registrar os momentos mais importantes, como na hora que ele acorda, que ele começa a mamar, quando ele chora, quando ele para de chorar, quando ele boceja, quando ele abre o olho, quando ele soluça, quando ele esboça um sorriso, se preparando para o banho, no banho, depois do banho. Nada de exageros...  

E também não compartilho as fotos com muita gente. Somente com parentes, amigos, parentes dos amigos, amigos da minha esposa, amigos do trabalho, da faculdade, da pós-graduação, do ensino médio, amigos de infância, amigos dos amigos da minha esposa, vizinhos...

Ainda no hospital, Matheus foi o centro das atenções. Muito mimado pelas enfermeiras e pelas visitas. Que exagero!!! Só porque ele foi o bebê mais bonito que nasceu nos últimos 10 anos naquela maternidade e quase o transformaram numa celebridade.

É por isso que evito paparicá-lo. Durante o dia, por exemplo, deixo ele bastante tempo com a mãe, além claro, das horas dele mamar. Umas duas ou três horas por dia. As outras 21 horas ele fica comigo. Afinal o Matheus precisa de coisas simples para passar bem o dia como arrotar, ninar, brincar, dormir, assistir futebol, cantar, ouvir música, tomar sol, ir do berço pra sala, da sala pro quarto, do quarto pro berço...

Tudo bem, eu assumo que fico com ele um pouco mais que o necessário mas é só até a Vivi se recuperar totalmente. Aí eu deixo o Matheus umas 4 ou 5 horas por dia com ela.

Procuro não exagera nos cuidados. Quando ele está dormindo vou vê-lo de 5 em 5 minutos mas só por precaução. Às vezes pego ele no colo. Principalmente depois de mamar, para que ele arrote e mais umas 20 vezes no dia, mas é para ele começar a se acostumar com a presença do pai.

Enfim. Dou a ele apenas uma atenção discreta, a “conta-gotas” para ele ir se acostumando. Nada desse papo de “pai coruja”.



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O FABULOSO DESTINO DE TODOS NÓS

O mundo te mostra um caminho
Te dá um empurrãozinho
Você vacila, duvida, treme
Treme e teme
Acha que não era pra você
E você se conforma do jeito que tudo está

O tempo passa
Tudo parece estar esquecido
Você tem a impressão que o mundo é completamente outro
Eis que você está no caminho de novo
Mas agora com a certeza de que tem que ser este
Sem vacilo, dúvida nem tremores
Nem temores
Agora sabe que é pra você

E você nunca mais se conforma

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

FORMAS

Linda é a gota de suor que beija o teu rosto.

Que pode tocar seus lábios.

Que pode sentir o gosto.

Que ao descer por sua face a desenha.

Formas perfeitas.

Traços e linhas.

Então está emoldurada.

Para embelezar um pouco mais o mundo.

E tornar menos triste a caminhada.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

MEMÓRIAS DO SEGUNDO PERÍODO

Saio da faculdade exausto, depois de uma terrível prova. Depois de esperar por alguma coisa que nunca chega. Vou para meu “retiro espiritual”, pego meu carro e subo até o Mangabeiras, chego na praça do Papa. Compro um refrigerante e sento de frente para a cidade. Começo a esperar. Não sei bem o que. Mas olhar para essa bela vista me dá a certeza que, o que estou esperando vai chegar, vai acontecer.
Olho para o lado e vejo um senhor bem vestido que não para de olhar o relógio. Mais um esperando… Mas certamente deve ser uma pessoa. Continuo bebendo meu refrigerante, esperando o tempo passar, esperando a latinha acabar… O homem continua olhando insistentemente o relógio e espera…
O tempo passa e ninguém chega. Nada chega. Só o frio e a curiosidade. Penso na bela mulher que essa figura deve estar esperando tão ansiosamente.
Depois de algum tempo percebo o tal homem olhando para um ponto fixo na rua lá em baixo. Abre um largo sorriso. Olho para o mesmo ponto mas não vejo ninguém. Ele olha para o relógio novamente. E ainda com um sorriso no rosto se levanta, entra no seu carro e vai embora.

O que ele estava esperando chegou? Com certeza que sim. Não sei o que era, mas percebi que não sou eu o único maluco desse mundo a subir num dos pontos mais altos da cidade, sentar em algum lugar e esperar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

EU VI O CAMINHO

Eu quero me tornar a escuridão
Me abrigar nas sombras
Quero deixar minha taça vazia
Abandonar o mundo
Arrancar quase tudo que há dentro de mim
E deixar só uma centelha
Quero não desejar
Eu não quero mais ser

Entre o sim e o não, escolhi o meio
Quero aprender a não olhar para trás
Quero tirar os sapatos e sentir as pedras sangrarem meus pés
Quero beber o sangue
Sentir o choque
Ficar tonto
Quero vomitar
Flutuar no oceano e me tornar inútil, estéril, deserdado, incompleto
Um vazio

E quando achar que tudo está perdido
Abrir os olhos e contemplar o paraíso
Esse é o caminho

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MARDI GRAS


Lua nova, no céu se aproxima

Chamando todos a se lançarem às ruas e avenidas

Os escravos foram libertados

O rei, posto ao cargo

E é nessa conjunção cósmica, quase uma conspiração, em que todos acreditam

A fantasia é posta sobre a fantasia e a máscara sobre as máscaras

Todos seguem felizes, embriagados, velados

Do meu lugar assisto tudo nauseado

Aproveitemo-nos utentes, pois as privações começarão adiante

No final todos estarão caídos pelo chão

Caídos a esperar socorro

E a esperar a lua cheia quando Outono chegar

domingo, 6 de janeiro de 2013

O PLANTIO

Há muito tempo eu te deixei para trás.
Ainda jovem, pequena, frágil.
Fiz tudo o que me ensinaram.
Preparei o terreno, não me esqueci da água.
Pensei na sombra, pensei no sol.
Tudo certo. Tudo para você crescer.
Me virei e fui embora, sem saber o que aconteceria no próximo instante.

Como você deve estar agora?
Será que cresceu?
Será que todos já podem sentir o seu perfume?
Será que o sol fez a sua parte?
Tenho tantas dúvidas...

Mas eu voltarei.
Ansioso por lhe encontrar.
Será que vai me reconhecer?
Eu certamente irei lhe reconhecer.
Tomara que você esteja grande, forte, bela e perfumada.
Minha rosa que deixei para trás, mas que nunca esqueci.
E nunca te esquecerei.