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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL

http://www.youtube.com/watch?v=YEJ_QM-vB54

E lembrem-se: "Se Jesus nascer mil vezes em Belém e não nascer dentro de seu coração, de nada terá adiantado".

domingo, 11 de dezembro de 2011

RETROSPECTIVA

2011 foi um daqueles anos... como em todos os outros coisas boas e ruins aconteceram mas as ruins me fizeram desejar passar um reveillon daqueles de se esbaldar com castanhas e frutas, ficar acordado a madrugada inteira, fazer danças ritualísticas para tentar atrair um ano melhor. Foi um daqueles anos que se eu fizesse um jogo marcando 54 números os 6 sorteados sairiam naqueles que não marquei.

Tento pensar na máxima em que as dificuldades e os inimigos são ferramentas para o nosso crescimento. De fato são. Lições valiosas serão tiradas desse ano conturbado e difícil. Pelo menos cheguei ao ponto de ter consciência disso e não simplesmente me desesperar como já fiz em outras ocasiões.

Mas chego ao final do ano alegre pois certamente 2012 será um ano bem melhor. Estou me sentindo dentro de um carrinho de montanha-russa em franca queda mas certo que ao final dela subirei novamente. Assim é a vida. Quando nos deparamos com o inimigo procuramos identificar semelhanças que temos com ele e assim eliminamos essas semelhanças. Assim estamos evoluindo. O inimigo é tudo o que você não quer ser. Se enfrentá-lo já estará sendo derrotado no momento em que decidiu pelo embate. Ele quer que você desça até o seu nível para lutar de igual para igual.

As dificuldades são verdadeiras professoras. Nos ensinam quais caminhos seguir, de que modo seguir, com quem seguir...

Então festejarei a chegada do novo ano mas não farei planos. Não farei promessas. Quero andar com ele lado a lado, mês a mês, dia a dia. Apenas quero que 2012 aconteça. E assim estarei certo que acontecerei junto com ele.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

QUANDO NASCE O SOL

Marcinha mora numa pequena e pacata de cidade, de poucos habitantes. Situada entre imponentes montanhas, de clima frio mas que agrada a muita gente.


Uma praça, uma igreja, um restaurante, um clube, um time de futebol de várzea. Praticamente, uma só família…

Marcinha já estava cansada daquele lugar. Cansada com seu coração que se machuca a cada pôr do sol. Cansada da rotina de passar sempre pelos mesmos caminhos, pelas mesmas ruas, pelos mesmos muros, estátuas e bancos de cimento. Ela queria fazer alguma coisa diferente. Algo que nunca tinha feito antes… ela queria ver o nascer do sol! Uma coisa simples, mas que para muitos é banal, mas para Marcinha seria quase que como realizar um grande sonho.

Ficou acordada a noite inteira. Pegou um cobertorzinho fino, enrolou no corpo e de madrugada saiu escondida de casa rumo à montanha mais alta, de onde da para ver não só sua cidadezinha mas outras localidades próximas. Por um momento se sentia a dona do mundo.

Estava frio e a noite demorava a passar. O vento, sua única companhia, tocava seu rosto molhado e trêmulo. Estava tudo escuro e Marcinha sentiu medo. Medo que começasse a chover. Medo do silêncio. Medo de dormir e perder o nascer do sol. Medo menor do que sempre sentiu. Pelo menos ali, naquele momento, tinha a certeza de que em breve o sol chegaria e iluminaria tudo, levando o medo e a tristeza embora…

Ela não cochilou. Suportou as lentas horas que custavam a passar e a solidão, até que os primeiros raios de sol iluminaram sua pele. Se levantou olhando para o horizonte, olhou para baixo, para sua pequena cidadezinha, depois ergueu o rosto novamente para o infinito e sorriu, enquanto uma solitária lágrima descia pelo seus olhos. Ela sentiu como se voasse. O vôo mais alto de sua vida. O primeiro e o mais belo e misterioso vôo.

E nunca mais voltou a ver o sol se pôr. Nunca mais voltou a provar o gosto amargo da rotina. Nunca mais voltou a olhar para as estátuas e nem sentar nos bancos frios da praça. Nunca mais voltou…

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VALE DE LÁGRIMAS

Vale de Lágrimas
Tu és escuro
Quanto mais se anda mais se perde
Tenebroso e feio
Sem som, sem luz
Aqui não há água para se beber
Aqui não há sombra para se abrigar
Ninguém para trocar afetos
Apenas a mais profunda solidão

Vale de almas
Não vale nada
Teu chão é frio
Teu caminho, cheio de lama
Teu odor é fétido
Sem música
Sem poesia
Cheira podre
Cheira a morte

domingo, 4 de dezembro de 2011

SÓCRATES - ERA UMA VEZ, NUMA COPA DO MUNDO EM 1982...


O jogo estava nervoso. Mais nervoso ainda estava o tio Edu que fumava um cigarro atrás do outro, dando murros no braço da poltrona, chingando palavrões a cada erro de passe. A vó Ruth dando palpites, apontando erros da seleção, minha mãe sentada no fundo só dando risada dos comentários da vó Ruth. O vô Paulo em pé, com a face vermelha de tensão ao lado do Dr. Lívio bebendo uísque. Eu sentado no chão com 6 anos de idade descobrindo o quanto era sério esse negócio de copa do mundo vendo todo mundo tão nervoso e preocupado.

E eis que a União Soviética abre o marcador em um frango histórico do Waldir Peres. Silêncio momentâneo seguido de chingos e murros na poltrona. Nunca tinha visto minha família toda tão nervosa e isso me causou um medo enorme. Fiquei imaginando: "se é assim imagina se o Brasil perder o jogo".

E chega o 2º tempo. E continua o nervosismo. E o que aconteceria se o Brasil marcasse um gol? Eis o que aconteceu. Em um lance maravilhoso, Sócrates dominou a bola, passou por dois marcadores e chutou de fora da área, no ângulo de Dasaev, um dos melhores goleiros de todos os tempos. O tio Edu deu um grito altíssimo acompanhado de todos em casa, erguendo os braços, sorrindo e comemorando. Rindo de tudo me viro e vejo lágrimas nos olhos do tio Edu e do vô Paulo. Volto meus olhos para a tela vendo o replay do gol quase entrando na onda do choro também.

E o Brasil ainda fez mais um gol virando a partida. o tio Edu me levou até a esquina para ver os carros passando com bandeiras e buzinas. A felicidade era incrível. "Que coisa importante ganhar um jogo" pensei...

Hoje Sócrates nos deixou. Mas o seu testamento é a lembrança do primeiro gol da seleção que presenciei numa copa do mundo. O susto que tomei observando as emoções nos meus familiares que estavam extremamente nervosos e de repente com o seu gol foram tomados de uma incrível alegria.

Talvez o gol que me fez apaixonar de vez por esse esporte chamado futebol.

Obrigado Sócrates!