Minha sogra me disse que estou me tornando um pai coruja. Imagina...
Rejeito com veemência esse rótulo.
Afirmei para mim mesmo que não vou cair na onda da “corujice”. Isso é
coisa de avós e tios com câmeras na mão. Não quero que pensem que sou um pai
babão, desses que não falam outra coisa a não ser do filho. E para isso já
tomei todos os cuidados.
Por exemplo, sobre as fotos.
Tirei apenas algumas fotos do Matheus com meu smartphone. Somente umas 500
fotos, sei lá... talvez 800. Poderia ter tirado mais mas meu aparelho mostra insistentemente
a seguinte mensagem: “memória cheia”.
Não faço ideia do que aconteceu pois não fico baixando aplicativos, na
maioria inúteis, para encher o dispositivo. Aliás, deletei alguns para liberar
mais espaço.
Mas isso não é problema porque ainda posso usar o celular da minha
esposa e também tem o Tablet, além de duas câmeras digitais. Mas só quero com
isso registrar os momentos mais importantes, como na hora que ele acorda, que
ele começa a mamar, quando ele chora, quando ele para de chorar, quando ele
boceja, quando ele abre o olho, quando ele soluça, quando ele esboça um
sorriso, se preparando para o banho, no banho, depois do banho. Nada de
exageros...
E também não compartilho as fotos com muita gente. Somente com parentes,
amigos, parentes dos amigos, amigos da minha esposa, amigos do trabalho, da
faculdade, da pós-graduação, do ensino médio, amigos de infância, amigos dos
amigos da minha esposa, vizinhos...
Ainda no hospital, Matheus foi o centro das atenções. Muito mimado pelas
enfermeiras e pelas visitas. Que exagero!!! Só porque ele foi o bebê mais
bonito que nasceu nos últimos 10 anos naquela maternidade e quase o
transformaram numa celebridade.
É por isso que evito paparicá-lo. Durante o dia, por exemplo, deixo ele
bastante tempo com a mãe, além claro, das horas dele mamar. Umas duas ou três
horas por dia. As outras 21 horas ele fica comigo. Afinal o Matheus precisa de
coisas simples para passar bem o dia como arrotar, ninar, brincar, dormir,
assistir futebol, cantar, ouvir música, tomar sol, ir do berço pra sala, da
sala pro quarto, do quarto pro berço...
Tudo bem, eu assumo que fico com ele um pouco mais que o necessário mas é
só até a Vivi se recuperar totalmente. Aí eu deixo o Matheus umas 4 ou 5 horas
por dia com ela.
Procuro não exagera nos cuidados. Quando ele está dormindo vou vê-lo de
5 em 5 minutos mas só por precaução. Às vezes pego ele no colo. Principalmente
depois de mamar, para que ele arrote e mais umas 20 vezes no dia, mas é para
ele começar a se acostumar com a presença do pai.
Enfim. Dou a ele apenas uma atenção discreta, a “conta-gotas” para ele
ir se acostumando. Nada desse papo de “pai coruja”.